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CORONA VÍRUS: entenda como funcionam os respiradores pulmonares, essenciais para o combate à doença

Os casos de coronavírus vêm crescendo de forma acelerada no Brasil, sobrecarregando o sistema público de saúde e, consequentemente, gerando problemas para atender a grande demanda por respiradores pulmonares - peças fundamentais no combate contra o Covid-19.


Estima-se que aproximadamente 5% dos pacientes infectados por esse vírus apresentem a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), nesses casos é necessária a utilização da ventilação mecânica através do respirador para auxiliar ou substituir a respiração espontânea. Essa ventilação pode ser aplicada de duas maneiras: a não invasiva, que ocorre quando a respiração é feita por uma máscara (sem a necessidade de fixar um tubo endotraqueal no paciente), e a invasiva, a qual requer intubação.

Os ventiladores mais sofisticados, presentes nas UTIs, requerem alimentação elétrica e de gases (oxigênio e ar comprimido) para o funcionamento correto. Esses gases são fornecidos pela rede do próprio hospital, contendo válvulas reguladoras para o controle da pressão de saída, que deve ficar em torno de 3,5 kg/cm² (pressão de trabalho do respirador). Já na parte interna do equipamento é encontrado o blender. Esse componente pneumático é responsável pela mistura dos gases, onde a concentração de oxigênio pode ser ajustada pelo técnico operador da máquina, pois há um sensor que geralmente atua seguindo o princípio de funcionamento de uma célula galvânica, monitorando a pressão parcial de oxigênio na mistura.

Alguns respiradores mais modernos utilizam sensores de oxigênio paramagnéticos, os quais têm uma vida útil muito maior do que a célula de oxigênio eletroquímica, devido ao fato de realizarem um processo puramente físico, no qual não há desgaste do dispositivo.

A conexão com o paciente é realizada através de uma mangueira de silicone esterilizável, que geralmente contém uma armadilha de água ou um filtro HME para a retenção de líquidos.

Outro componente importante nessa conexão é a válvula expiratória, que tem a finalidade de controlar a fase exalatória da respiração do paciente regulando o fluxo e fechando quando ele está inspirando. Essa válvula deve ter um sensor que irá medir o fluxo (geralmente pela pressão), o qual já pode vir integrado ou ser acoplado em uma conexão externa a ela.

A atuação do ventilador poderá ocorrer em diferentes níveis, de acordo com a necessidade apresentada: o respirador pode controlar todo o processo ou funcionar de acordo com a demanda do paciente durante o ciclo respiratório.

O grande empecilho nessa regulagem é a adaptação do respirador às condições do paciente, pois a complacência pulmonar e a resistência das vias aéreas podem sofrer grandes variações, atrapalhando o processo.

É muito importante que sejam tomadas precauções no uso desses aparelhos através da realização de testes e da higienização dos componentes, pois podem haver problemas na regulagem da pressão ou da concentração dos gases, tornando a ventilação mecânica prejudicial à saúde do paciente.

Devemos lembrar que a estrutura apresentada acima é apenas o essencial para o funcionamento dos respiradores, pois alguns equipamentos mais modernos utilizam sensores e facilitadores adicionais.


Referências:


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